A depressão e a ansiedade têm, cada vez mais, se tornado uma realidade e afetado a vida de muitas pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5,8% dos brasileiros sofrem com a depressão. Em relação à ansiedade, o país também lidera, com 9,3% da população. O problema inclui efeitos como fobia, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático e ataques de pânico.
Ambas as doenças refletem no emocional prejudicando a vida de quem sofre com esses males. Por isso, é importante um acompanhamento médico e psicológico, tanto para o diagnóstico, quanto para o tratamento adequado.
Atualmente, existem alguns tratamentos que ajudam. Entre eles, a psicóloga Enne Paula, da Clínica de Fonoaudiologia e Psicologia (Clifops), em Brasília, indica o EMDR (do inglês, Eye Movement Desensitization and Reprocessing), ou seja, Reprocessamento e Dessensibilização através de Movimentos Oculares. Descoberto no final dos anos 80, por Francine Shapiro, doutora em Psicologia, é uma terapia relativamente nova, trabalha para ativar mecanismos de criatividade do cérebro, ajudando a enfrentar diferentes problemas e sintomas.
Segundo Enne, ao começar a ser utilizado, o método era para tratar sequelas provocadas por Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), abusos sexuais, estupros, assaltos, desastres naturais e outros tipos de violência. Porém, novos trabalhos começaram a obter resultados promissores em aprimoramento de desempenho futuro, ansiedade generalizada, fobia, síndrome de pânico, manejo de dor crônica, luto, dependência química, adições de forma geral, depressões e doenças psicossomáticas.
Inicialmente, o profissional analisa a história de vida do paciente, para identificar os pontos de memória positiva e de memória traumática. Em seguida, são definidos os exercícios que serão utilizados para atuar nos pensamentos negativos, nas experiências traumáticas e nas sensações corporais.
De acordo com a especialista, o objetivo do tratamento é “otimizar o reprocessamento e superação de lembranças traumáticas e dolorosas de forma rápida e eficaz, promovendo a cura de sintomas emocionais dependendo da demanda apresentada, através da estimulação dos dois hemisférios do cérebro”. Entre os benefícios estão a redução de sintomas de ansiedade, manifestações depressivas e melhorar, de forma global, a saúde mental do paciente. “Trata-se de um método especialmente eficiente em questões relacionadas a eventos traumáticos”, explica.
Enne relata ainda, que a terapia utiliza a estimulação sensorial (auditiva, ocular e/ou tátil) para ativar mecanismos de cura. “Deve ser aplicada por um psicoterapeuta com formação em EMDR”, ressalta. O cérebro humano é formado por dois hemisférios. No lado direito predomina as emoções e o potencial artístico e no lado esquerdo as capacidades lógicas e racionais. “Essa divisão dificulta uma sincronia entre razão, emoção e ação, afetando como são processadas as experiências de vida de uma pessoa. Com o EMDR é possível estimular as diferentes áreas do cérebro, justamente para dessensibilizar o que gera incômodo, criando um estado mais saudável e equilibrado, em que razão, emoção e ação estão melhor alinhadas”, explica a psicóloga.
A terapia pode ser indicada para crianças, adolescentes e adultos. Também é um método bastante eficaz no atendimento a pessoas com deficiências visuais ou auditivas, que podem ser favorecidas coma estimulação bilateral do cérebro.
O método, entretanto, deve ser evitado em pacientes com risco de dissociação de personalidade ou em quadros de problema neurológico ou psicológico grave, como podem ser neuroses e esquizofrenias.
Pacientes com algum tipo de problema cardíaco ou gestantes devem solicitar, previamente, autorização do médico, já que através da técnica de EMDR pode haver a possibilidade de serem acessados estados emocionais de maneira mais intensa.
E a eficácia do tratamento pode ser comprovada pela paciente Mariana Feliciano, de 23 anos. Ela conheceu o método ao procurar ajuda médica para tratar uma fobia que tinha durante a noite, e foi atendida por Enne. Ela tinha medo, especialmente, de levantar da cama. Ao saber do procedimento, diz que teve receio de reprocessar. “Ficava muito nervosa, suava frio”, relata. Segundo ela, no início, a diferença foi pequena, mas no fim do tratamento já se sentia bem melhor: “Eu passei a dormir direito, e no final do tratamento já não tinha problemas para levantar da minha cama durante a noite”, explicou!
Para finalizar, Mariana afirma que o tratamento foi muito importante: “Hoje eu não preciso acordar meu pai para ele acender a luz, para eu conseguir levantar e ir ao banheiro, por exemplo! Não preciso mais passar sede a noite toda por estar paralisada, com medo! Foi ótimo, concluiu
Serviço – Clifops
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